Google e os loops infinitos de redirecionamento 301: O que isso significa?

Google e os loops infinitos de redirecionamento 301: O que isso significa?
Google e os loops infinitos de redirecionamento 301: O que isso significa?

Você já ouviu falar sobre 301 Redirects? Essa estratégia do Google para lidar com páginas ausentes gerou um loop infinito que levanta muitas questões. Vamos entender juntos o que isso significa!

O que são redirecionamentos 301?

No mundo digital, quando uma página da web muda de endereço permanentemente, usamos um redirecionamento 301. Ele serve para avisar tanto os navegadores quanto os motores de busca que o conteúdo foi movido para uma nova URL, passando a autoridade da página antiga para a nova. Geralmente, essa é a escolha certa quando você tem uma página substituta ou um conteúdo similar no novo destino.

Por outro lado, quando uma página simplesmente desaparece e não há um substituto, a resposta esperada é um erro 404 (Página Não Encontrada). Essa é a forma padrão de dizer que o conteúdo sumiu e não deve voltar. Acontece que o Google fez algo diferente com algumas de suas documentações, e isso gerou uma discussão interessante.

A decisão do Google sobre documentação ausente

Recentemente, o Google tomou uma atitude um tanto peculiar ao remover algumas de suas documentações antigas sobre dados estruturados. A empresa havia anunciado essa remoção três meses antes, em junho, e agora as páginas realmente sumiram. A lista de documentações que não existem mais inclui:

  • Informações de curso (Course info)
  • Salário estimado (Estimated salary)
  • Vídeo de aprendizado (Learning video)
  • Anúncio especial (Special announcement)
  • Listagem de veículos (Vehicle listing)

O que surpreendeu a comunidade de SEO foi a forma como o Google lidou com essas páginas ausentes. Em vez de retornar um erro 404, que indicaria que as páginas não foram encontradas, eles optaram por usar um redirecionamento 301.

Como funciona o loop infinito de redirecionamento

A situação se torna ainda mais curiosa por causa de um detalhe: o Google não apenas redirecionou as páginas antigas com um 301, mas criou um verdadeiro “loop infinito”. Funciona assim: as URLs das documentações removidas, como a de “Course info” (https://developers.google.com/search/docs/appearance/structured-data/course-info), agora redirecionam para uma página de registro de alterações (changelog) que fica em https://developers.google.com/search/updates#september-2025.

O problema é que essa mesma página de changelog, por sua vez, contém links que apontam de volta para as URLs originais e ausentes. Isso significa que um usuário ou um crawler que tentar acessar uma dessas páginas antigas será enviado para o changelog, que o enviará de volta para a página antiga, e assim por diante, em um ciclo sem fim. É uma experiência que, convenhamos, não é das melhores.

Impacto na experiência do usuário

Um loop de redirecionamento como esse não é bom para ninguém. Para os usuários, é frustrante. Eles clicam em um link esperando encontrar informações e acabam presos em um ciclo, sem conseguir acessar o conteúdo desejado. Isso pode gerar uma sensação de quebra, de que algo está errado com o site.

Para os crawlers dos motores de busca, a situação também é complicada. Eles podem ficar presos nesse loop, gastando recursos de rastreamento (o famoso “crawl budget”) em um caminho que não leva a lugar nenhum. Isso não só é ineficiente, mas também pode sinalizar problemas para o Google, mesmo que a intenção não fosse essa.

Alternativas ao redirecionamento 301

Diante dessa situação, muitos especialistas em SEO se perguntam: por que o Google não usou a abordagem padrão? A prática comum para páginas que foram removidas e não terão substituto é retornar um status 404. Isso informa claramente que o conteúdo não existe mais.

Outra alternativa mais amigável, tanto para usuários quanto para crawlers, seria redirecionar as URLs antigas para uma página que explicasse a remoção. Por exemplo, o Google poderia ter direcionado essas páginas para o post do blog de junho de 2025, onde eles detalharam por que esses tipos de dados estruturados não seriam mais suportados. Isso evitaria o loop e ainda forneceria contexto útil.

O que os SEOs podem aprender com isso?

Essa situação nos mostra que, mesmo gigantes como o Google, podem adotar estratégias que fogem do que é considerado uma boa prática de SEO. Para nós, profissionais da área, fica a lição de que a experiência do usuário e a eficiência do rastreamento devem ser sempre prioridades.

Evitar loops de redirecionamento é fundamental. Sempre que uma página for removida, avalie se há um conteúdo substituto relevante para um 301. Se não houver, um 404 é a resposta mais honesta e eficaz. Pensar em como o usuário e o crawler interagem com o seu site é crucial para manter a saúde do seu SEO.

Reflexões sobre a estratégia do Google

A grande questão que fica é: por que o Google optou por essa abordagem? Seria um experimento? Um erro? Embora tecnicamente não seja um “soft 404” (que é quando uma página retorna 200 OK, mas o conteúdo é de erro), a criação de um loop infinito é, no mínimo, contraproducente.

É incomum ver o Google, que dita muitas das regras de como a web deve funcionar, adotar uma prática que vai contra as recomendações gerais de SEO e que prejudica a experiência. Isso nos faz refletir sobre a complexidade das decisões por trás de grandes plataformas e como até mesmo os especialistas podem ter abordagens inesperadas.