Você sabia que o Google Discover agora é a principal fonte de tráfego para publicações de notícias? Essa mudança está transformando o cenário digital e é crucial para entender como os editores podem se adaptar.
Google Discover e o Novo Cenário de Tráfego para Notícias
Olha só que reviravolta interessante no mundo do tráfego digital! O Google Discover, aquela ferramenta que te entrega conteúdo personalizado antes mesmo de você digitar uma busca, agora é a principal fonte de referências para os editores de notícias. Isso significa que, embora o Google continue sendo um pilar de tráfego, a forma como ele entrega esse público mudou bastante.
É verdade que, no último ano, o Google se manteve como uma fonte estável de tráfego para os sites de notícias. Dados da Chartbeat, por exemplo, mostram que as referências de busca representaram 19% do tráfego em julho, um número que não mudou muito desde o início de 2019. E mais: o Google domina essa fatia, sendo responsável por impressionantes 96% das referências de busca para os editores. Mas aqui está o pulo do gato: quando falamos em “busca” nesse contexto, estamos incluindo o Google Discover, que, convenhamos, não é a busca tradicional que a gente faz digitando palavras-chave. É o Discover que está puxando essa fila, se tornando o motor primário dessas referências.
O Declínio do Tráfego Direto e o Afundamento das Redes Sociais
Enquanto o Google Discover ganha força, outras fontes de tráfego estão perdendo terreno, e isso é um ponto de atenção para qualquer editor. O tráfego direto, por exemplo, que é aquele público fiel que digita o endereço do seu site ou salva nos favoritos, está em uma situação delicada. Os esforços para construir essa audiência “digitada” estagnaram, e o resultado é que os editores estão cada vez mais dependentes do Google e de outros agregadores de conteúdo. O tráfego direto para homepages e páginas de destino caiu para 11,5%, vindo de um pico de 16,3% durante a pandemia. É uma queda considerável, não acha?
E se o tráfego direto já preocupa, o cenário das redes sociais é ainda mais desanimador. A queda contínua do social significa menos fontes diversificadas de referência, o que não é nada bom para a saúde de um site de notícias. Pensa comigo: as referências do Facebook caíram 50% desde 2019, mesmo com um pequeno aumento recente. E o tráfego do X (antigo Twitter)? Esse despencou 75% em comparação com 2019! A única luz no fim do túnel social é o Reddit, que está em alta, com um aumento de 220% desde 2019, impulsionado pela visibilidade no Google e um acordo de treinamento de IA. Mas, mesmo com esse crescimento, o Reddit ainda envia menos referências do que o Facebook e o X.
As Implicações da Nova Dinâmica de Tráfego
Essa mudança na forma como o tráfego chega aos sites de notícias tem implicações importantes. Se antes a busca tradicional era o carro-chefe, agora é o Discover que dita o ritmo. Isso significa que os editores precisam entender melhor como o conteúdo é consumido nesse formato de “descoberta”, que é mais proativo e menos reativo do que a busca por palavras-chave. A estabilidade geral do tráfego do Google, embora pareça positiva à primeira vista, esconde uma dependência crescente de uma única fonte dentro do ecossistema Google.
A falta de diversificação nas fontes de tráfego é um risco. Quando você depende demais de um único canal, qualquer alteração nesse canal pode ter um impacto gigantesco. A queda do tráfego direto e social só reforça essa vulnerabilidade, deixando os editores em uma posição onde precisam se adaptar rapidamente para não perderem sua audiência.
O Caminho para a Adaptação: O Que os Dados Sugerem
Diante desse cenário, a pergunta que fica é: como os editores de notícias podem se adaptar? A resposta não é simples, mas os dados apontam para a necessidade de uma compreensão mais profunda do Google Discover. Investir em estratégias que otimizem o conteúdo para ser “descoberto” – pensando em tópicos de interesse, formatos visuais e engajamento – pode ser um caminho. Afinal, se o Discover é o novo motor, é preciso aprender a dirigi-lo.
Além disso, a queda do tráfego direto e social serve como um alerta. É fundamental que os editores busquem novas formas de construir audiências leais e diversificar suas fontes de referência. Isso pode envolver o fortalecimento de newsletters, a criação de comunidades engajadas em plataformas alternativas ou até mesmo a exploração de novos formatos de conteúdo que incentivem o retorno direto do usuário. A dependência excessiva de um único canal, mesmo que seja o Google, pode ser um calcanhar de Aquiles no longo prazo.
Perspectivas Futuras: Navegando na Nova Realidade do Tráfego
O relatório da PressGazette, que trouxe esses dados à tona, nos dá uma visão clara de uma nova realidade para o tráfego de notícias. Publicado em 19 de agosto de 2025, ele destaca que, embora o volume geral de tráfego do Google para notícias se mantenha, a composição desse tráfego mudou drasticamente. Não é mais sobre ser o primeiro resultado na busca tradicional para todas as palavras-chave, mas sim sobre ser relevante e “descoberto” por um público que nem sempre está procurando ativamente.
Para o futuro, isso significa que a resiliência dos editores de notícias dependerá cada vez mais da sua capacidade de entender e se adaptar a essas plataformas de descoberta, ao mesmo tempo em que buscam ativamente reduzir a dependência de um único gigante. A diversificação e a construção de um relacionamento direto com a audiência, que pareciam menos urgentes quando o social bombava, voltam a ser prioridade máxima. É um jogo de xadrez constante, e quem entender os movimentos do tabuleiro – e do Google Discover – estará um passo à frente.
Givanildo Albuquerque