Você já parou para pensar em como o viés em busca pode impactar a visibilidade da sua marca? Neste artigo, vamos explorar como esse fenômeno afeta a percepção do público e como você pode gerenciá-lo para melhorar sua presença online.
O Viés na Busca: Como Ele Molda a Visibilidade e a Percepção da Sua Marca
E aí, pessoal do marketing digital e da corrida pela visibilidade! Tudo em ordem? Hoje, a gente vai bater um papo sobre um tema que, à primeira vista, pode parecer um bicho de sete cabeças, mas que, na verdade, é crucial para qualquer marca que queira ser vista e bem percebida online: o viés em busca. Pensa comigo: assim como na corrida, onde cada um tem seu estilo, seu tênis preferido ou até um percurso que “favorece” mais, no mundo digital, as coisas também não são totalmente neutras. E entender isso é o primeiro passo para você não ficar para trás.
O que é viés em busca?
Sabe quando a gente fala que “todo mundo tem um lado”? Pois é, com os sistemas de busca e a inteligência artificial, não é diferente. O viés em busca não é, necessariamente, algo ruim ou mal-intencionado — embora possa ser. Ele aparece por várias razões: pode ser por como o sistema foi construído (razões estruturais), por como as pessoas interagem com ele (razões comportamentais) ou, às vezes, até por uma escolha consciente de quem o programou. Para nós, que estamos na linha de frente, o grande desafio é sacar quando esse viés está rolando e o que ele significa para a visibilidade da nossa marca, como ela é percebida e, claro, o quanto a gente consegue controlar essa narrativa.
A importância da visibilidade na era digital
No mundo de hoje, ser invisível online é quase como não existir, né? É como um corredor que treina duro, mas nunca aparece nas provas. Ninguém vai saber o quão bom ele é. Na era digital, onde a informação flui a uma velocidade absurda, a visibilidade é o oxigênio da sua marca. Se você não aparece nos resultados de busca, nas respostas de uma IA ou nas redes sociais, sua mensagem simplesmente não chega. E sem mensagem, não há conexão, não há negócio. Simples assim.
Como o viés afeta a percepção das marcas
A percepção é tudo! Pensa na sua marca como um atleta. Cada movimento, cada patrocínio, cada declaração — tudo é interpretado pelo público. O viés entra aqui como um filtro, moldando como as pessoas veem e sentem sua marca. Não dá pra ser “neutro” o tempo todo, porque até a ausência de uma postura pode ser interpretada como uma. É um jogo de xadrez, onde cada peça (cada decisão da marca) tem um peso na percepção final.
O conceito de Taxa de Seleção (SR)
Vamos falar de um conceito que me fez pensar bastante: a Taxa de Seleção (SR). Pensa nela como a porcentagem de vezes que uma fonte de informação é escolhida entre todas as opções disponíveis. A fórmula é simples: (seleções ÷ opções) × 100. Não é uma métrica oficial, mas é super útil para a gente entender como o viés primário funciona nos sistemas de IA. É como se a IA tivesse uma lista de “corredores” (fontes) e escolhesse alguns para dar a medalha (a resposta).
Como a SR revela o viés em sistemas de IA
O Dejan, um cara que manja muito do assunto, mostrou que quando a gente faz uma pergunta para uma IA, ela busca em várias fontes. Mas, olha só, nem todas as fontes são usadas igualmente. Algumas são escolhidas repetidamente, enquanto outras quase nunca aparecem. Isso é o viés primário em ação! Se o seu conteúdo raramente é escolhido como fonte, é como se ele fosse invisível para a IA. Mas se ele é selecionado com frequência, sua marca ganha autoridade e visibilidade. É um ciclo que se retroalimenta, e os pesquisadores até deram um nome para isso: “neural howlround” — um loop de feedback que pode fixar a dominância de certas informações. Ferramentas como Perplexity, Bing Copilot e Gemini já mostram as fontes, e ser citado nelas é um baita reforço para a sua marca. É como um corredor que sempre aparece no pódio: ele ganha mais respeito e atenção, e isso se torna um sinal de que ele é bom.
A relação entre viés e branding
O livro “Brands on the Ballot” traz uma ideia muito interessante: as marcas não conseguem evitar serem interpretadas. Cada escolha, por menor que seja, é vista como um sinal. Isso é o viés agindo na percepção. Lembra quando a Nike apoiou o Colin Kaepernick? Ou quando a Bud Light fez uma parceria com uma influenciadora trans? Essas não foram só campanhas de marketing; foram vistas como posicionamentos culturais. Até decisões operacionais — tipo onde você anuncia ou quem são seus fornecedores — podem ser interpretadas como alinhamentos. A neutralidade, hoje, não é mais neutra. Isso significa que as equipes de marketing e PR precisam planejar a interpretação como parte do dia a dia. É como um corredor que escolhe uma causa para defender: essa escolha se torna parte da sua identidade pública, e não há como fugir disso.
Exemplos de viés em campanhas publicitárias
A gente vê isso o tempo todo, né? A Nike com Colin Kaepernick, a Bud Light com a influenciadora trans, as discussões da Disney com políticos da Flórida… Todas essas situações, que pareciam ser apenas campanhas ou decisões operacionais, viraram histórias sobre a identidade e os valores das empresas. Elas foram lidas como posicionamentos culturais, e isso gerou reações fortes — tanto de lealdade quanto de repúdio. É a prova de que, no cenário atual, cada passo da sua marca é um sinal, e a interpretação desse sinal é inevitável. Não dá para ser “neutro” e esperar que ninguém perceba. É preciso ter um plano para como sua marca será interpretada.
O impacto do viés na busca tradicional
O viés não é exclusividade da IA ou do branding. Na busca tradicional, ele também dá as caras. Um estudo da PLOS de 2024, por exemplo, mostrou que só de mudar a ordem dos resultados, a opinião das pessoas pode mudar em até 30%! A gente tende a confiar mais nos resultados que aparecem primeiro, mesmo que a informação seja a mesma. E as “bolhas de filtro” (filter bubbles) só pioram isso, reforçando nossas visões e limitando o contato com outras perspectivas. Além disso, existem os vieses estruturais: motores de busca valorizam conteúdo novo, dando vantagem a sites atualizados com frequência. Domínios de país (ccTLDs) como .fr ou .jp ganham preferência em buscas locais. E, claro, o viés de popularidade e marca: marcas já estabelecidas e confiáveis costumam ter uma vantagem, mesmo que o conteúdo de um concorrente menor seja tão bom quanto. Para nós, profissionais de marketing e PR, a lição é clara: o que entra (seus dados) e como é processado (como os sistemas ranqueiam) molda diretamente o que o público acredita.
Como o viés se manifesta em LLMs
As Large Language Models (LLMs), como o ChatGPT, trazem novas camadas de viés. Os dados de treinamento, por exemplo, raramente são equilibrados. Algumas vozes ou perspectivas podem ser super-representadas, enquanto outras ficam de fora, e isso molda as respostas que a IA oferece. A forma como a gente faz as perguntas (o “prompt”) também pode introduzir vieses de confirmação ou disponibilidade. Pesquisas recentes mostram o quão complexo isso é: pesquisadores do MIT descobriram que até a ordem dos documentos que alimentam uma LLM pode mudar o resultado. Um artigo da Nature de 2024 catalogou vários tipos de viés em LLMs, desde lacunas de representação até enquadramento cultural. E um estudo da PNAS confirmou que, mesmo após ajustes para “justiça”, vieses implícitos ainda persistem. A LiveScience ainda apontou que chatbots mais novos tendem a simplificar demais estudos científicos, ignorando detalhes cruciais. Ou seja, o viés na IA não é um caso isolado; é o padrão. Para nós, o importante não é virar cientista da computação, mas entender que as respostas da IA podem te representar mal se você não estiver ativamente moldando o que ela “aprende” sobre você.
Estratégias para gerenciar o viés
Então, o que a gente faz com tudo isso? A chave é agir com disciplina, como um corredor que segue um plano de treino rigoroso. Primeiro, entenda onde o viés aparece: seja em estudos de busca, auditorias de SEO, testes de IA ou na reação dos clientes. Se você não procurar, vai perder sinais importantes. Segundo, reconheça quem esconde o viés: motores de busca e provedores de LLMs nem sempre revelam como as seleções são ponderadas. Empresas podem alegar neutralidade, mas suas ações dizem o contrário. Esconder o viés não o faz sumir; só o torna mais perigoso quando ele inevitavelmente aparece. Terceiro, trate o viés como clareza: quando você define seu público-alvo, cria mensagens ou otimiza conteúdo para IA, você está fazendo escolhas deliberadas de inclusão e exclusão. Aceite essas escolhas, meça o impacto e seja dono da direção que você definiu. Quarto, aplique disciplina à sua pegada na IA: assim como você molda o posicionamento da sua marca, decida como quer aparecer nos sistemas de IA. Publique conteúdo que seja fácil de ser recuperado, com marcadores de confiança e alinhado à sua postura. Se você não gerenciar isso ativamente, a IA fará escolhas por você — e elas não serão as suas.
A importância da transparência em sistemas de busca
A transparência é um pilar fundamental, tanto na corrida quanto no mundo digital. Imagina um organizador de prova que não divulga o percurso ou as regras? Gera desconfiança, né? Da mesma forma, quando os motores de busca e os provedores de LLMs não revelam como as informações são ponderadas, ou quando empresas se dizem neutras mas suas ações mostram o contrário, a gente entra num terreno perigoso. Esconder o viés não o elimina; só dificulta a solução e aumenta o risco de problemas futuros. Se você não for transparente sobre sua posição, alguém mais vai defini-la por você. E aí, meu amigo, a narrativa da sua marca pode ir para um caminho que você não queria.
Como construir ativos recuperáveis
Para ter controle sobre o viés, tanto o marketing quanto o PR têm um papel crucial. O marketing foca em construir “ativos recuperáveis” — ou seja, conteúdo que a IA e os motores de busca consigam encontrar e usar facilmente. Pensa em um corredor que mantém um diário de treinos impecável, com todos os dados e resultados. Isso é um ativo! No digital, significa publicar conteúdo de forma que seja facilmente encontrado, com marcadores de confiança claros e alinhado à sua postura. O PR, por sua vez, trabalha para moldar a “resiliência da narrativa”, garantindo que a história da sua marca seja forte e consistente, mesmo diante de interpretações diversas. É um trabalho em conjunto, onde a IA não substitui a inteligência humana, mas amplifica o que a gente constrói.
Conclusão: moldando o viés com intenção
No fim das contas, o viés não é o vilão da história. O vilão é o viés escondido. Nos motores de busca, nos sistemas de IA e no mercado, o viés é o padrão. O erro não é tê-lo, mas sim deixar que ele molde os resultados sem que a gente perceba. Você pode escolher definir seu viés com intenção — como um corredor que escolhe sua estratégia de prova — ou deixá-lo ao acaso. Um caminho te dá controle; o outro deixa sua marca e seu negócio à mercê de como os outros decidem interpretá-lo.
E aqui vai uma reflexão que me pegou enquanto pensava nisso: e se o próprio viés pudesse ser usado como um vetor de ataque? Não é uma ideia nova, mas vale a pena pensar. Imagine um concorrente plantando conteúdo suficiente para enquadrar sua empresa de uma certa forma, de modo que, quando uma LLM compacta essas informações, a versão “deles” da sua marca é a que aparece. Eles nem precisariam te nomear diretamente; bastaria descrever sua marca bem o suficiente para que o sistema fizesse a conexão. Sem cruzar linhas legais, já que as LLMs de hoje são ótimas em adivinhar uma marca apenas descrevendo seu logo ou uma característica conhecida. O mais assustador é o quão plausível isso parece. As LLMs não fazem checagem de fatos no sentido tradicional; elas compactam padrões dos dados disponíveis. Se esses padrões forem distorcidos porque alguém está deliberadamente moldando a narrativa, as respostas podem refletir essa distorção. Sua “versão” da marca, criada por um concorrente, poderia se tornar a descrição padrão que os usuários veem ao perguntar sobre você. Agora, imagine isso em escala. Uma campanha de sussurros online não precisa virar tendência para ter impacto. Basta existir em lugares suficientes, em variações suficientes, para que um modelo de IA a trate como consenso. Uma vez que isso está nas respostas, os usuários podem ter dificuldade em encontrar o seu lado da história. Não sei se isso é um risco real a curto prazo ou apenas um experimento mental, mas vale a pena perguntar: você estaria preparado se alguém tentasse redefinir seu negócio dessa forma?
Givanildo Albuquerque