Você já parou para pensar como a música e compras estão interligadas? Estudos mostram que a trilha sonora pode influenciar nossas escolhas de forma surpreendente. Vamos explorar isso juntos!
A Música no Supermercado: Como a Trilha Sonora Guia Nossas Compras
E aí, pessoal! Já pararam para pensar como a música pode ser uma verdadeira maestrina das nossas escolhas, especialmente na hora das compras? É fascinante! Um dos estudos mais clássicos sobre isso foi conduzido pelo psicólogo Dr. Adrian North, lá em 1997. Ele e sua equipe fizeram uma experiência genial em um supermercado inglês.
A Influência da Música nas Decisões de Compra
Eles colocaram quatro tipos de vinhos — franceses e alemães — nas prateleiras, todos com preços, secura e doçura bem parecidos. Durante duas semanas, a trilha sonora do corredor de vinhos mudava diariamente: um dia era música alemã (aquelas de oom-pah), no outro, um acordeão francês. O resultado? Incrível! Quando o acordeão tocava, 83% dos clientes compravam vinho francês. Já com a música bávara, 65% optavam pelos rótulos alemães.
O mais curioso é que, ao serem entrevistados na saída, ninguém percebia a influência da música. Isso mostra o poder sutil que ela tem sobre nós! Embora esse estudo seja de quase três décadas atrás e tenha uma amostra pequena de apenas 82 pessoas, a conexão entre música e comportamento de compra continua super relevante.
Em 2017, por exemplo, pesquisadores da Montclair State University confirmaram essa ideia. Eles tocaram música italiana em uma cafeteria universitária e, adivinhem? As vendas do prato italiano (frango à parmegiana) dispararam! O mesmo aconteceu com a paella quando músicas de flamenco espanhol embalavam o ambiente.
A música não só nos faz comprar, mas também pode influenciar o que queremos comer. Lembro de uma viagem a Paris, onde eu não resistia a parar na boulangerie todas as manhãs para um café e croissant. Pensando bem, eles sempre tocavam aquelas músicas francesas de café… Coincidência? Talvez não!
E a influência vai além das compras e da comida. Robert B. Cialdini, em seu livro “Pre-Suasion”, revela que a música pode triplicar a chance de crianças ajudarem seus colegas. Ayelet Fishbach, em “Get It Done”, mostra que ela pode aumentar em 50% as repetições na academia. E Nick Kolenda, em “Imagine Reading This Book”, aponta que músicas tristes podem fazer marcos importantes da vida parecerem mais distantes.
O Ritmo que Dita o Consumo: Como o Tempo da Música Afeta Suas Compras
Mas tem um estudo que é um verdadeiro divisor de águas quando o assunto é música e compras, e ele também se passa em um supermercado. Ronald E. Milliman, em sua pesquisa “Using Background Music to Affect the Behavior of Supermarket Shoppers”, monitorou o fluxo de clientes em um supermercado no sul dos EUA por nove semanas.
A descoberta foi chocante: os clientes gastavam 38% mais quando a música ambiente era lenta (com cerca de 60 batidas por minuto – BPM) em comparação com músicas mais rápidas (108 BPM). A conclusão de Milliman e sua equipe é que o ritmo da música influencia diretamente a velocidade com que as pessoas andam e, consequentemente, compram. Uma melodia mais lenta faz com que a gente passe mais tempo na loja, e mais tempo significa mais chances de colocar algo no carrinho. Faz todo sentido, não é?
Charles Spence, em seu livro “Sensehacking”, buscou empresas que aplicavam essa sacada do tempo da música. Uma das poucas que abriu o jogo foi a Chipotle. Eles controlam o BPM da música em suas mais de 3.500 lojas de forma estratégica.
Em horários de pico, como o almoço e o jantar, a Chipotle toca músicas mais rápidas para que os clientes se movam mais rapidamente, diminuindo as filas. O DJ interno da Chipotle até comentou: “A correria do almoço e do jantar tem músicas com BPMs mais altos porque precisamos manter os clientes em movimento.” Já nos períodos mais calmos, a música desacelera, incentivando os clientes a ficarem mais tempo e a loja parecer mais movimentada.
Então, da próxima vez que você estiver saboreando seu burrito ou escolhendo um vinho, preste atenção na trilha sonora. Ela pode estar te “empurrando” para uma decisão sem que você nem perceba!
Givanildo Albuquerque