O Erro de Comunicação que Empreendedores Cometem com Seus Produtos

O Erro de Comunicação que Empreendedores Cometem com Seus Produtos
O Erro de Comunicação que Empreendedores Cometem com Seus Produtos

Você sabia que a comunicação eficaz vai além de listar características do produto? Neste artigo, vamos explorar como transmitir o valor real do que você oferece.

A Comunicação de Produto: O Erro Crucial de Muitos Empreendedores

No mundo dos negócios de hoje, muitos empreendedores acabam caindo na armadilha de “despejar informações” quando falam sobre seus produtos. Mas a verdade é que a comunicação de verdade vai muito além de só transmitir uma mensagem ou listar um monte de características. Ela é, na verdade, uma forma de construir uma ponte mental, onde o conhecimento é passado, contextualizado e realmente compreendido, não apenas repetido.

A Essência da Comunicação Eficaz: Transferindo Raciocínio

Empreendedores que realmente entendem isso conseguem criar uma comunicação que muda a forma como as pessoas veem as coisas. Eles não estão apenas vendendo um produto; eles estão transferindo o raciocínio por trás da sua existência. Não espere ver folhetos cheios de bullet points ou apresentações com listas de funcionalidades. O que eles fazem é mostrar a lógica de causa e efeito que deu vida ao produto, convidando os clientes a entenderem como suas próprias necessidades se conectam a essa origem.

Todo Produto Tem Uma Causa: Descubra-a

Pense bem: todo produto, seja algo físico ou um serviço, existe por uma razão. E essa razão não é só uma história bonitinha para romantizar a jornada da sua startup. É um requisito concreto e visível que, lá no começo, fez com que o produto fosse desenvolvido. As causas não vêm de inspirações internas; elas são gatilhos externos. Elas surgem de mudanças no ambiente que alteram as condições normais de fazer negócios. Por exemplo, uma nova regulamentação, falhas nas cadeias de valor ou até mesmo mudanças nas melhores práticas podem criar novas exigências. É aí que novos produtos aparecem — não por pura criatividade, mas por uma necessidade real, uma causalidade.

Requisitos: A Linguagem do Raciocínio nos Negócios

A maioria das comunicações no mundo dos negócios foca nos benefícios: “Economize tempo”, “Aumente a eficiência”, “Reduza custos”. Mas esses benefícios, quando soltos e sem a conexão com os requisitos que os tornam necessários, soam vazios. Eles transformam sua comunicação num eco de promessas genéricas. Clientes não perguntam só “Este produto tem as funcionalidades que eu quero?”. Eles perguntam: “Eu enfrento os tipos de requisitos que justificam usar este produto?”. Requisitos são a base do raciocínio dos executivos quando avaliam uma mudança. Eles são a verdadeira linguagem da transformação. Se sua comunicação não fala em requisitos, ela não está conectada com a realidade que seu público está vivendo.

Não Liste Características, Explique a Necessidade

Imagine que você criou uma plataforma de conformidade baseada em nuvem para empresas de logística. Se sua comunicação apenas lista funcionalidades como “documentação automatizada” e “alertas em tempo real”, você está só descrevendo o que o produto faz. Mas se você diz: “Após as novas diretrizes de frete transfronteiriço da União Europeia, as empresas de logística precisam gerar documentação alfandegária digital em menos de 15 minutos para evitar multas”, você não está descrevendo seu produto — você está ativando o raciocínio do seu cliente. Agora, o leitor não pergunta “O que este produto faz?”. Ele pergunta: “Eu também enfrento esse requisito?”. Essa é a mudança que você quer. Porque se a resposta for sim, o próximo passo lógico é perguntar: “Como eu atendo a esse requisito?”. E é aí que seu produto entra em cena — não como uma venda, mas como uma solução natural.

Comunicação como Infraestrutura Causal

Pense na comunicação não como um conteúdo, mas como uma infraestrutura. Ela é o caminho de raciocínio que seu público percorre para chegar à sua solução. Uma comunicação causal começa com o contexto: “O que mudou?”. Depois, ela mostra a consequência: “Que novo requisito essa mudança criou?”. Só depois disso você apresenta a solução: “O que resolve esse requisito?”. Esse caminho de três passos — mudança → requisito → solução — é a estrutura mental que os tomadores de decisão seguem. Se sua comunicação pula os dois primeiros passos e vai direto para o terceiro, você está pedindo para seu público construir a ponte por você.

Posicione Seu Produto como a Resposta Lógica

As pessoas não adotam produtos; elas adotam raciocínios. Seu objetivo é garantir que seu produto seja visto como a resposta mais sensata a um novo requisito. Isso significa que você deve apresentar sua oferta não como uma ferramenta cheia de funcionalidades, mas como um passo inevitável que as empresas precisam dar em resposta a uma causa externa. Quando uma empresa se depara com uma mudança — novas exigências de conformidade, aumento da instabilidade da mão de obra, responsabilidade ambiental —, ela inicia um ciclo de raciocínio: “O que mudou? O que precisamos fazer diferente? O que pode nos ajudar a nos adaptar?”. Essa é a sua chance. Mas você só estará nela se sua comunicação entrar na conversa no nível da causa, não da consequência.

Não Venda o Produto, Venda o Requisito

Você não precisa vender o produto. Você precisa vender o requisito que torna seu uso obrigatório. Quando o requisito é claro, urgente e tem uma base em mudanças visíveis, o produto se torna óbvio. Pense na rapidez com que as empresas adotaram ferramentas de colaboração seguras quando as regulamentações de violação de dados ficaram mais rígidas. As ferramentas não mudaram. O ambiente sim. Aqueles que comunicaram a causa regulatória e posicionaram seu produto como a resposta lógica não precisaram vender. Eles só precisaram confirmar o alinhamento.